meus símbolos de liberdade
tornaram-se pedaços de casca sem cor
impróprios para se consumir.
são marcos no batente das portas por onde entrei.
entalhe precioso de um colar
caro demais para se ter quando se tem fome.
peças únicas da engrenagem que o medo se esforça para conter.
catapulta,
arco,
avalanche.
daqui pra trás tem tudo que sei,
adiante de mim,
um véu,
um lacre.
a firme mas não desconhecida barreira,
vozes densas e cheias de mãos,
são vendas, mordaças
e tudo para cegar,
imobilizar,
ensurdecer.
porém,
barreiras também tem ouvidos
e dentro de tudo que me fiz,
me construí,
me gerei,
também sei gritar
longe para mim não tem nome
não sou feita de corpo
pequena ao nú dos olhos,
mas envolta e inundade de fogo
desde o topo até o centro.
de onde nascem os vulcões
é que minha revolta se embasa,
e se me calo verde
e pareço alheia,
é nesse silêncio que me atenho atenta
observo tranquila o movimento dos rios
que férteis alimentam
toda essa engrenagem,
que correm e não apegam
e chegam maduros
à celebração do grande encontro,
então,
sou mar,
sou núvem,
sou chuva,
sou o cume das árvores
e as cascas secas,
a vertigem
o salto
e toda a liberdade
são paulo, julho de 2008
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário