sexta-feira, 16 de julho de 2010

...





sei
apenas pela consciência de meu corpo físico
não há outra amarra, senão esta

viver é aprender a tocar um tambor

e eu os escuto noite e dia,
vem chegando,
selam a paz que eu não alcanço com meus sentidos básicos,

sim, porque não existem os tambores, nem quem os toque
mas os ouço e me tocam,

foram feitos com minha própria pele,
banhados em meu sangue para amolecer,
amarrados com as tranças dos cabelos que ainda não me vieram.

é o canto da mata
todas as árvores da floresta
e os seres que me habitam e os sou
convidando-me a lembrar (-me)

saber-me

ouvir-me


imagem: performance experimental multilinguagens (Atelier Aberto)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

traço no pingo de pé, de rodar e cair.
misturar e soltar,
sede finda ao suor
fincas canções ao fundo
e alguém a velar um sono/sonho profundo de se perder...
se deixar e ainda levar-se em si...

sábado, 3 de julho de 2010

à beira do Rio




ela, ia
prenha, nua
pintada de lua
saciar
sua sede mais crua
(in)vocar
as deusas da chuva
os filhos da terra
emanar

ê mana,
ê mana,

vai lá, vai lá
à beira do Rio
se banhar
se lavar
se deixar ensinar

(canção nascida à beira do Rio Tapajós - Santarém/Pará)