sexta-feira, 16 de julho de 2010

...





sei
apenas pela consciência de meu corpo físico
não há outra amarra, senão esta

viver é aprender a tocar um tambor

e eu os escuto noite e dia,
vem chegando,
selam a paz que eu não alcanço com meus sentidos básicos,

sim, porque não existem os tambores, nem quem os toque
mas os ouço e me tocam,

foram feitos com minha própria pele,
banhados em meu sangue para amolecer,
amarrados com as tranças dos cabelos que ainda não me vieram.

é o canto da mata
todas as árvores da floresta
e os seres que me habitam e os sou
convidando-me a lembrar (-me)

saber-me

ouvir-me


imagem: performance experimental multilinguagens (Atelier Aberto)

Um comentário:

  1. Gostei muito do seu poema, posso postar ele no blog www.correspondenciapoetica.blogspot.com ?

    eudapaz@gmail.com
    Axé

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